Em termos energéticos, segundo o Balanço Energético Nacional de 2016, o setor dos Transportes é o principal consumidor de energia a nível nacional, responsável por cerca de 37% do consumo de energia final total. Em particular, o transporte rodoviário é responsável por cerca de 35,3% do consumo de energia final total, consumindo cerca de 95,3% da energia final da totalidade do setor dos Transportes. 

Este setor é, ainda, uma das principais fontes de emissões de gases com efeito de estufa (GEE), sendo as emissões provenientes do transporte rodoviário mais prejudiciais do que as de outras fontes poluentes, já que são emitidas ao nível local. Em cidades e aglomerados urbanos, onde as populações vivem e trabalham, a questão da qualidade do ar é especialmente relevante, uma vez que grande parte da população se encontra exposta a concentrações de poluentes atmosféricos muitas vezes acima dos limites fixados.

Neste sentido, todas as iniciativas que promovam a redução do consumo energético e de emissões de gases poluentes associados ao transporte rodoviário e, em particular, aos veículos ligeiros de passageiros, deverão ser incentivadas. Entre estas iniciativas conta-se a utilização de tecnologias/combustíveis alternativos, soluções de mobilidade partilhada, utilização de transportes públicos coletivos e a prática de uma condução mais eficiente.

A condução eficiente, ou ecocondução, consiste na adoção de hábitos de condução que permitam tirar o maior partido das características tecnológicas dos veículos, numa ótica de eficiência energética. Este tipo de condução apresenta as seguintes vantagens:

– Redução do consumo médio de combustível

– Redução das emissões de GEE

– Redução das emissões de poluentes atmosféricos locais (Monóxido de Carbono e emissões de partículas)

– Aumento do conforto do condutor e dos seus passageiros

– Redução da sinistralidade rodoviária

Um veículo elétrico é um veículo rodoviário que utiliza total ou parcialmente a propulsão elétrica, independentemente da solução utilizada para o armazenamento ou produção de energia elétrica necessária para o seu funcionamento. A mobilidade elétrica ambiciona melhorar a qualidade de vida, sobretudo em ambiente urbano, através da redução das emissões de poluentes atmosféricos locais, e é uma das alternativas disponíveis para minimizar os impactes negativos do setor dos transportes tradicional.

A utilização de soluções de mobilidade partilhada através do recurso a automóveis, bicicletas ou motas é uma das tendências atuais da mobilidade, tendo vindo a ganhar cada vez mais popularidade nas deslocações em ambiente urbano. A partilha de veículos, para além de reduzir o congestionamento e o ruído, torna-se ainda mais interessante do ponto de vista ambiental, quando recorre à utilização de soluções de mobilidade amigas do ambiente, nomeadamente, automóveis, motas e bicicletas elétricas.

A pegada de carbono pode ser entendida como a pegada ambiental associada a um produto, serviço ou organização. Ou seja, é um indicador das emissões de GEE associadas à produção/utilização desses mesmos produtos, serviços ou organizações. O cálculo da pegada de carbono associada a uma viagem (de carro, comboio ou outro meio de transporte), é uma boa forma de se compreender qual o verdadeiro impacte ambiental das deslocações efetuadas.